Não há, portanto, qualquer justificação para que os utilizadores tenham de adquirir e instalar sistemas de tratamento complementares, como purificadores.

As empresas que comercializam purificadores de água utilizam técnicas de venda enganadoras, designadamente, promovendo demonstrações recorrendo à eletrólise da água da torneira, o que fará com que os sais minerais e compostos que existem na água sejam separados, através da corrente elétrica, acumulando-se nos elétrodos colocados dentro da água.

A acumulação destes compostos e sais minerais nos elétrodos forma uma película visível, devido à separação dos diferentes elementos químicos, naturalmente presentes na água, destinada ao consumo humano.

A segunda parte da demonstração consiste, regra geral, em realizar o mesmo procedimento na água filtrada pelo “purificador”, que pretendem vender.

Sucede que esses aparelhos recorrem a processos de osmose inversa ou de permuta iónica, onde os sais minerais presentes na água são retidos, pelo que, quando ocorre a eletrólise dessa água, não se forma a referida película.

O objetivo é, sempre, convencer os utilizadores que a água da torneira é de uma má qualidade e constitui um risco para a sua saúde, caso contrário não há justificação para o investimento na compra de filtros ou purificadores.

Acontece que, a osmose inversa, ao eliminar os sais minerais dissolvidos na água, transforma uma água mineralizada e equilibrada, no equivalente a água destilada, como a utilizada, por exemplo, no ferro de engomar.

Na realidade, estes equipamentos produzem uma água de composição mineral desequilibrada e que em nada ajuda na proteção da saúde humana.

Importa, mais uma vez, salientar que as concentrações residuais de compostos químicos à saída das Estações de Tratamento de água (ETA) para consumo humano têm de cumprir os valores paramétricos estipulados no Decreto-Lei n.º 696/2023, de 21 de agosto, que regula a qualidade da água destinada ao consumo humano.

Refira-se, ainda, que esses valores paramétricos foram estabelecidos a nível europeu e em articulação com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, tendo por objetivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação da água.

Por último, importa não esquecer que a Vimágua executa, de acordo com o estabelecido no referido diploma legal, um controlo de qualidade da água para consumo humano, assim como um controlo operacional em diferentes pontos do sistema de abastecimento, desde a captação até à torneira do consumidor.

A água da rede pública é, assim, uma água controlada e segura, podendo e devendo ser consumida sem risco, antes com benefício para a saúde pública.

Qualquer dúvida, poderá ser colocada através dos meios de contacto habituais, 253439560 (chamada para a rede fixa nacional), vimagua@vimagua.pt, através do site da Vimágua, em www.vimagua.pt, ou via postal.